quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Ontem Menina, Hoje Mulher.


(Suelen Migowski)

É muito bom ser criança. É tão bom que muitas vezes soltamos aquela famosa frase suspirando: "Ah! Como eu queria ser criança outra vez!". Normalmente declaramos isso expressando um desejo de escapar das responsabilidades, decisões, correria e até mesmo certos sofrimentos e dificuldades que fazem parte da vida adulta. Mas nos esquecemos que, em cada faixa etária, vivemos os nossos próprios conflitos pessoais: como um amiguinho que não queria mais ser nosso amiguinho; como quando fizemos algo de errado e tivemos que enfrentar aquele momento tenso em saber que levaríamos uma palmada de disciplina dos nossos pais. Talvez hoje, depois de crescidos, essas situações não nos assustem mais, afinal, amadurecemos. "Ah! Se todo problema da minha vida fosse levar uma palmada dos pais!", pensamos.  No entanto, não era assim que sentíamos na época. Pra nós, parecia ser algo muito grande como o fim do mundo, pois era um problema do nosso tamanho.
Quando crescemos, as nossas experiências também crescem. De acordo com que vamos enfrentando e rompendo obstáculos na vida, coisas maiores vêm ao nosso encontro que nos dá alegria, sentimento de realização, cumprimento de sonhos... Mas muitas vezes também são situações que nos causam tensão, medo e ansiedade, da mesma maneira que sentíamos dentro dos nossos conflitos de infância.
Admiramos a dependência e pureza do coração de uma criança, e muitos adultos passam um bom tempo de suas vidas tentando resgatar essas características. De fato, é impossível voltarmos a depender dos nossos pais como antigamente. Hoje, já podemos tomar banho e comer sozinhos! Faz parte da vida aprendermos a andar com nossas próprias pernas. Se isso não acontecer, algo provavelmente está errado. O natural de tudo o que tem vida é que cresça e se desenvolva. Mas tem uma faceta da dependência que todo ser humano precisa pra viver bem, independente da idade. E essa é a dependência de Deus.
Depender Daquele que nos criou exige romper com o nosso orgulho adulto de que podemos ser, acontecer e fazer qualquer coisa com nossos próprios braços, quando na verdade não poderíamos nem respirar se Ele não nos desse o fôlego de vida! Essa faceta da dependência é mais do que saudável: é necessária para se viver plenamente; pois assim como um inventor sabe muito bem como a sua invenção funciona melhor e para o que ela serve, o nosso Criador sabe como "funcionamos" melhor, e só conseguiremos descobrir qual o propósito da nossa vida se nos voltarmos para Ele em submissão e dependência.
Uma vez ouvi um documentário sobre uma experiência que fizeram com algumas crianças, tentando mostrar o valor de se impor limites. Eles colocaram um grupo de crianças para brincar num bosque aberto, sem cercas, sem limites... Poderiam fazer o que quisessem. Mas aquelas crianças se juntaram em um lugarzinho só, quase que em círculo, e não saíam de lá. Limitaram-se em brincar somente ali. Depois, novamente colocaram essas crianças para brincarem juntas num lugar amplo também, porém com uma cerca ao redor. Aquelas crianças corriam pra lá e pra cá, hora brincavam num lugar, hora no outro... Pareciam verdadeiramente livres, leves e soltas! Essa experiência trouxe a conclusão de que colocar "limites", traz liberdade e segurança.
É assim que funciona a nossa dependência de Deus. Decidir confiar a nossa vida a Ele e nos submeter aos Seus "limites", nos traz a liberdade e segurança de que tanto ansiamos e buscamos inutilmente em outros lugares. Depender e confiar em Deus para guiar as nossas vidas forja o nosso coração em Sua pureza e integridade, e podemos ser como crianças outra vez! Gosto de pontuar que ser criança não é o mesmo que ser infantil. A infantilidade, ou seja, maneira de pensar e agir como criança, precisa passar com a idade. "Quando eu era menino, falava como menino, pensava como menino e raciocinava como menino. Quando me tornei homem, deixei para trás as coisas de menino." (1 Coríntios 13:11). Mas o coração de criança, ou seja, a dependência, pureza, facilidade de perdoar, a espontaneidade e etc, são virtudes que podemos e devemos cultivar por toda a nossa vida!
Enfim, ser criança é bom, muito bom. Mas crescer e amadurecer é melhor ainda! Há coisas belas e maiores da vida que só podemos experimentar com a maturidade e experiência. Aprender a lidar bem com aquilo que antes não tínhamos sabedoria o suficiente é uma linda conquista! Faz bem para o nosso coração perceber as nossas próprias superações. E isso vem de Deus! 
Ele tem prazer em nos ver crescer e participar conosco de cada nova etapa de nossas vidas. O nosso Deus é um Pai perfeito que sempre está por perto, nos ensinando a dar os passos certos na jornada que nos levará a viver os Seus perfeitos sonhos pra nós!
Pois então, aproveite com intensidade cada faixa etária que você passar, pois a vida é um dom de Deus!

"Mesmo na sua velhice, quando tiverem cabelos brancos, sou eu aquele, aquele que os susterá. Eu os fiz e eu os levarei; eu os susterei e eu os salvarei." (Isaías 46:4)

"Porque sou eu que conheço os planos que tenho para vocês", diz o Senhor, "planos de fazê-los prosperar e não de lhes causar dano, planos de dar-lhes esperança e um futuro."(Jeremias 29:11)

"Sabemos que Deus age em todas as coisas para o bem daqueles que o amam, dos que foram chamados de acordo com o seu propósito." (Romanos 8:28)

"Desde o ventre materno dependo de ti; tu me sustentaste desde as entranhas de minha mãe. Eu sempre te louvarei!" (Salmos 71:6)

"Pois nele vivemos, nos movemos e existimos..." (Atos 17:2)

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No amor do Pai Celestial de quem sou eternamente dependente,

Suelen Migowski


Um comentário:

Mila Suzano disse...

Que coisa linda.
Tive muita identificação, Su.
Lembrei-me de uma canção do Novo Tom que diz:

"Pra Deus eu sou como criança;
Com sonhos e alma de aprendiz.
Por isso, louvo com minha vida;
O meu louvor é ser feliz!"

Beijos!