terça-feira, 20 de outubro de 2009

Ternos Olhares

Nesses últimos dias tenho sido profundamente constrangida pelo amor de Deus! Sábado passado, desde quando me levantei pela manhã, passei o dia planejando ter um momento a sós com Jesus, onde eu pudesse parar tudo e só escutá-Lo. Mas as coisas não foram como eu havia planejado. Durante o dia fiz escolhas que colocaram outras coisas menos importantes no lugar do meu momento com Ele. Mas minha sede por encontrá-Lo ainda estava queimando em meu coração, e Ele continuou me chamando enquanto estava ocupada com outras coisas.

Ao finalmente ir para um lugar secreto, senti-me profundamente decepcionada comigo mesma por ter reservado apenas as últimas horas do meu dia para Aquele que é o maior amor da minha vida. Mas mesmo assim, quando eu cheguei ao nosso lugar de encontro, Ele estava lá me esperando. Peguei meu violão para cantar para Ele, meio envergonhada de contemplá-Lo. Comecei a sussurrar algumas palavras de arrependimento por ter deixado outras coisas tomarem o lugar de primazia em meu coração que pertence só a Ele. Enquanto eu cantava, algumas vezes me atrevia levantar a cabeça e olhar em Seu rosto. Fiquei constrangida com tanta ternura que havia em Seu olhar. Não havia qualquer menção de acusação ou decepção, mas um profundo deleite por estar ali comigo.

Peguei minha Bíblia, ainda meio constrangida, e li uma passagem que falava sobre o grande amor de Deus pelo Seu povo. E enquanto eu meditava nisso, uma pessoa chegou ao lugar onde eu estava – na hora percebi que era o Pai quem a estava enviando – e começou a falar que havia se sentido impulsionada para me dizer que contemplava a presença e a paz de Deus em meu semblante.

Quando a pessoa virou as costas, abaixei a minha cabeça e comecei a chorar. “Por que, Deus? Por que o Senhor faz isso? Eu não mereço! Eu não mereço!!!”. E a resposta que recebi não foi em palavras, mas o mesmo olhar de ternura que havia me consumido o tempo inteiro. Fiquei sem jeito. Não sabia o que dizer. Só havia um profundo e completo júbilo em meu interior que me fazia cantar de alegria e querer contar para todos o quanto é grande o Seu amor, e o quão lindo Ele é!

É impressionante o quanto somos libertos da pressão do desempenho pessoal quando nos encontramos com a graça de Deus. Ao contemplarmos a ternura de Jesus, sabemos quem nós somos, e descansamos na verdade expressa em seu olhar de que toda a nossa existência está consumida pelo Seu amor! E não há nada que possamos fazer para conquistá-lo... Ele já nos ama de forma imensurável e infalível!

Obrigada, meu Jesus!!!

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Sim, Ele está cuidando de mim!

“Ele cobre o céu de nuvens, concede chuvas à terra e faz crescer a relva nas colinas. Ele dá alimento aos animais, e aos filhos dos corvos quando gritam de fome.” (Sl 147:8-9)

Há alguns dias atrás, num momento de devocional pela manhã, o Pai ministrou algo muito especial ao meu coração. Eu teria apenas poucos minutos antes de ir para a aula, e abri a minha Bíblia no salmo 147. Comecei a ler, mas ao chegar no versículo 7 fui impulsionada a parar a leitura e começar a orar. Minha alma estava sobrecarregada com muitas preocupações e ansiedades, e comecei a confessar cada uma delas ao SENHOR. Deixando-O sondar meu coração, percebi que as minhas inquietações vinham de uma falta de confiança no cuidado do Pai sobre mim. Eu sabia que Ele era o meu supremo Pastor, que o meu futuro estava em Suas mãos e que nunca iria deixar algo me faltar, mas não estava conseguindo descansar nessa verdade. E comecei a pedir ao SENHOR que me ajudasse a confiar, não em pessoas ou nos meus próprios recursos e caminhos, mas somente Nele, que é o Dono da minha vida.

E então voltei à leitura, e os meus olhos foram direto no versículo 9: “Ele dá alimento aos animais, e aos filhos dos corvos quando gritam de fome.” (Sl 147:9). Fiquei impactada! Logo o associei àquele outro versículo onde Jesus disse que não era para nos preocuparmos com coisa alguma, pois se Deus cuida das aves do céu, quanto mais cuidará de nós, que temos muito mais valor do que os animais (Mt 6:26). E então, percebendo que havia pulado um versículo, voltei e li o de número 8: “Ele cobre o céu de nuvens, concede chuvas à terra e faz crescer a relva nas colinas.” (Sl 147:8). Novamente fui surpreendida! Estava chovendo enquanto lia isso. O SENHOR começou a me fazer refletir no fato de que Ele manda a chuva sobre a terra para sustentar Sua criação: árvores, plantas, flores, animais e todos os seres vivos. É uma manifestação do cuidado e carinho de Deus para com Suas criaturas. Então olhei para aquela chuva que caía tão delicada, tocando as folhas empoeiradas, e cheguei à conclusão: “Sim, Ele está cuidando de mim!”

Foi um renovo para mim esse encontro com o Pai! Nesta reta final do seminário é uma época bem delicada e propícia para me entregar às ansiedades e “pré-ocupações”. Mas tenho aprendido que eu não fui criada para me preocupar com coisa alguma, mas para confiar e descansar no meu Deus Criador, em cujas mãos está o meu futuro, que sabe tudo o que eu preciso, que cuida de mim melhor do que ninguém. Fui criada para ser totalmente dependente de Jesus, o Supremo Pastor!

Queria agora compartilhar com vocês a letra de uma música do Stênio Március que eu gosto muito e que tem tudo a ver com este assunto.Que o Pai ministre ao teu coração, trazendo uma profunda convicção de que Ele está cuidando de você, e nunca te desamparará!

ACORDO
(Stênio Március – Álbum “Canções da Meia Noite”)

Me diga andorinha, você que já voou o mundo inteiro,
Se houve um momento só, por cima de um continente,
Ou sobre qualquer cidade em que te faltou o céu?
Será que o infinito espaço ao teu redor é suficiente pra voares livre e viver feliz?

Me diga peixinho dourado, senhor do vasto oceano,
Que brinca nas correntezas, se esconde em velhos navios,
Mergulha nas profundezas sem nunca chegar ao fim,
Será que os sete mares que são teus tem bastante água pra nadares livre e viver feliz?

Puxa uma cadeira, minh’alma, que eu quero te perguntar:
Por que me roubas a calma e botas tristeza no olhar?
Vamos entrar num acordo: vida tranqüila viver!
Lembra daquilo que o mestre falou: “A minha graça te basta!”