quinta-feira, 27 de setembro de 2007

Não perca o Foco

A vida cristã tem muito mais a ver com quem Cristo é do que com quem nós somos.

O que tem acontecido hoje é que até em nossos momentos chamados “a sós com Deus” o foco permanece em nós, e isso, inevitavelmente, reflete na igreja. Nossas orações, leitura da bíblia e adoração têm tido motivos egoístas.

Oração

Por vezes temos orado só sobre coisas que afetam diretamente nossas vidas, pedindo tantas coisas, esquecendo que oração é uma conversa.

Até mesmo os pedidos que parecem mais altruístas têm motivos egoístas. Quantos de nós já não pedimos que Deus fechasse um bar ou casa de show simplesmente por nos atrapalharem a dormir (isso quando não oramos para que o som exploda), ou pedimos a conversão de alguém só porque esse alguém deixaria de fazer coisas que não gostamos ou passaria a fazer ou a ser algo que nos agrade, ou pedimos avivamento em nossa cidade só porque temos medo da violência? Essa lista poderia ser tão grande quanto quiséssemos, mas ela só revela uma coisa: a maioria de nossos pedidos tem, de alguma forma, o foco em nós mesmos.

Bíblia

Se você já investiu seu tempo com Deus em leitura bíblica ou pediu "perdão" a Deus por algum pecado só porque isso afetaria seu ministério (presente ou futuro), então gostaria de dizer que somos dois (pelo menos). Quantas vezes temos buscado ter um ministério "ungido" e "poderoso" por nossa própria causa? Aliás, quantas vezes temos buscado um ministério? Não há nada de errado em buscar um ministério, isso se soubermos que ministério significa, literalmente, serviço, e que o serviço não é o fim por si só, mas é o meio de obedecer ao Senhor.

Adoração

Ouvi uma frase da Cris Tristão (do Asas da Adoração) que me balançou: "Não podemos adorar a adoração!". Verdade absoluta! Quase sempre (acho que sempre) a palavra adoração está relacionada nas Escrituras com humilhação, com o prostrar-se.

Lembremo-nos disso quando estivermos adorando. O nível mais profundo da adoração é o reconhecimento de quem Ele é. Isso não tem a ver com o que sentimos de bom quando adoramos, pelo contrário, até compreendermos completamente a natureza do Senhor, sempre parecerá uma experiência desconfortável no início. Mais uma vez, não há nada de errado em sentir coisas boas na presença de Deus, aliás, o objetivo dEle é nos agradar e nos fazer sentir as delícias de Sua presença; só não podemos esquecer que o nosso objetivo é exatamente a inversão dos papéis, é satisfazer-Lo em tudo! Nisto consiste o amor, em dar, em priorizar o outro, e só vamos realmente sentir o prazer da Santa Presença quando entendermos que o melhor é fazer com que Ele sinta prazer em nós. Melhor é dar do que receber.

Em fim...

O foco NUNCA deve ser no "eu", por melhores que pareçam as atitudes ou as intenções. O foco sempre deve ser no autor e consumador da nossa fé.

Jesus foi assim, antes de ser exaltado nos altos céus em glória, Ele foi exaltado na terra, levantado numa cruz... mas isso é outro papo.

Porque Dele, por meio Dele e para Ele são todas as coisas!

Com amor,

Israel Teixeira

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