Jesus dizia a todos: "Se alguém quiser acompanhar-me, negue-se a si mesmo, tome diariamente a sua cruz e siga-me." (Lucas 9.23)
Um dia aprendi que a obediência é uma atitude de amor. E essa verdade me acompanhou em minha batalha de criança pra conseguir obedecer e honrar os meu pais. A luta era diária! Brincar na rua era o que eu mais amava fazer... por que então eu não podia brincar até a hora que eu quisesse, já que era tão bom? Eu não queria ter que levar o lixo pra fora ou passar pano na cozinha... por que eu tinha que fazer coisas tão chatas enquanto o que eu queria mesmo era assistir televisão e comer biscoito?! Mas logo eu era levada à reflexão de que, se amo meus pais, vou obedecê-los. E mais ainda... se amo a Deus, preciso obedecer meus pais.
A obediência sempre requer uma morte para o EU. No momento, parece ser triste ou dolorido, porém, os frutos da obediência sempre são de vida e alegria!
Fico constrangida ao observar a vida que Jesus levou. Ele foi o maior exemplo de obediência até a morte... e morte de cruz. Ele sim tinha todos os motivos e direitos do mundo para se defender, se recusar a se submeter a qualquer lei humana, pois Ele era Deus. Ao invés disso, Ele se esvaziou de Sua glória, abriu mão dos Seus próprios direitos, Ele nasceu como homem, cresceu como homem, sofreu como homem, sentiu fome, sede, calor, se feriu, se machucou, foi traído, negado e abandonado por amigos bem próximos e foi torturado até a morte injustamente, tudo por obediência. Fico pensando o quanto deve ter sido desconfortável se submeter a esse propósito Divino. Nem sempre fazer a vontade de Deus é confortável! Mas sempre, sempre, envolve paz.
Acredito que Jesus não tenha morrido somente quando chegou à cruz. Ele conseguiu chegar à cruz porque morreu pra si mesmo antes. Ali no jardim do Getsêmani, quando clamou a Deus: "se possível afaste de mim este cálice", e Ele mesmo conclui a oração, antes de receber a resposta: "contudo, seja feita a Tua vontade, e não a minha."... Pronto. Jesus já estava morto. E porque Ele morreu pra si mesmo, entregando e submetendo toda a Sua vida nas mãos do Pai, Ele foi capaz de ir pra cruz e cumprir o Seu propósito na terra com sucesso.
Jesus declarou que quem quisesse se tornar um verdadeiro discípulo, precisaria estar disposto a se negar e tomar a sua cruz diariamente para segui-Lo. Ele nos convidou a trilhar o mesmo caminho que Ele. Nos convidou para morrer com Ele.
O "negar-se" e "tomar a nossa cruz" é algo diário. Quais as situações e vivências do nosso dia-a-dia em que precisamos aprender a ir pra cruz? Onde o nosso EU está vivo demais?
Uma vez ouvi que quem está morto não se ofende, não se defende, não peca e não tem direitos. Será que temos morrido o suficiente no nosso dia-a-dia a ponto de abrir mão dos nossos próprios direitos e senso de justiça? Bem, foi o que o nosso Mestre fez.
O nosso amor por Deus nos possibilita a obedecê-Lo, e todo ato de obediência sempre vai envolver morte do nosso EU. Mas também é verdade que pra toda morte em Cristo sempre há uma ressurreição. A experiência da cruz não termina na morte, mas sim na ressurreição e glória eterna! Aleluia!!!
Que possamos morrer, para então aprendermos o que é viver!
Suelen Migowski
Suelen Migowski